quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

2009...

UM GRANDE ANO!



Ano de conquistas, muitas e muitas conquistas. Ano de, antes de mais nada, equilíbrio. Um equilíbrio que eu sempre almejei, e nunca consegui achar a forma certa de colocá-lo em prática. E esse ano, eu consegui. A fórmula é a mais simples, e ao mesmo tempo, mais complexa de todas. Fé. É tendo fé que veio o equilíbrio. Fé em mim, nas pessoas, nas oportunidades, em Deus.

Um ano cheio de pessoas. Cada uma apareceu no momento em que precisava aparecer. Cada uma estendeu sua mão quando necessário, me fazendo mais feliz nos momentos oportunos. Algumas já nem fazem parte mais da minha caminhada, mas fizeram parte da história. E por isso, eu sou eternamente grata.

Um ano com lutas, muitas lutas. Internas e externas. Lutas minhas, e lutas de pessoas que eu amo. 2009 foi uma grande batalha. Foi difícil, foi sofrido, foi sim... foi pesado. Mas eu creio que se eu estou aqui agora, contando tudo isso, é porque de alguma forma, tudo deu certo. Então, bora agradecer e lutar por um próximo mais tranqüilo. Porque eu aprendi que depois da tempestade, só uma coisa é fato: a bonança. Tem sempre algo mais no final que nos tranqüiliza. Que seja a dor de uma perda, ou a alegria de uma vitória. Bom ou ruim, existe sim uma tranqüilidade no fim. Tudo, inevitavelmente, nos traz lições e aprendizado. É clichê, claro que é. Mas se não fossem os clichês, talvez eu não teria alcançado tanta coisa durante esses doze meses que passaram.

2009 foi um grande e difícil ano.
Mas a paz que eu sinto ao falar dele é inenarrável. E todas essas pessoas das fotos fizeram parte de cada degrau que eu consegui subir até chegar aqui.

Agora, pra 2010, o que peço é conseguir manter meus pés firmes neste degrau. E força pra construir mais altura, mas sem tirar a consciência de que ainda existe um chão cheio de pedras capazes de balançar a escada a qualquer momento.

E que o equilíbrio permaneça, mantendo todo o material estável.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

agorasiminteira

É paz... que invadiu.
É paz... que permanece!

São práticas simples de uma teoria mais simplificada ainda. São lições de casa básicas, onde o resultado está longe de ser básico.

É paciência! Paz, e paciência.
Paciência pra ter paz. Paz pra obter paciência. Uma complementa a outra. Uma completa a outra! Num círculo sem fim, sim.

É gratidão. Pelo ar, pelo céu, pelo mar!
A gratidão vem do reconhecimento. E o reconhecimento vem quando aprendemos a agradecer. Um puxando o outro, como numa roda.

É calma. É saber que cada dia tem seu tempo, que cada tempo tem sua hora. É preciso ter calma pra planejar a hora do tempo, e o tempo do dia!

E é vida. É vida dentro, é vida fora, é vida afora. É vida a cada momento, a cada palavra, a cada minuto.

Lá fora. Bem lá fora.

Enxergar além é fácil. Colocar os olhos lá na frente, ativar a imaginação, criar situações... tudo isso pode ser muito simples. Difícil é ver o que está bem na frente e lidar com o real; simplesmente por simples ser. Simples ser um fato fácil de ser encarado. Simples ser um problema fácil de ser resolvido. Simples ser uma paisagem apenas bonita e professora.

Difícil, é depois de enxergar o simples ser; seguir em frente. Seguir em frente com novos planos, novas expectativas, novos obstáculos. Obstáculos! Eis a questão. O medo. Eis o que torna difícil. Eis o que acomoda. Eis o mimo.

A prática da teoria é simples. É ter gratidão com paciência pra adquirir paz.
E ver e enxergar a vida lá fora. Bem lá fora.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

tohavefaith

Eu tenho um defeito muito grande que é, ao escrever, misturar muitos assuntos e não me estender de fato em algum deles. Estou tentando ser mais calma; e confesso que apesar de todos os pontos negativos do meu atual emprego, ele me deu um pouco mais de paciência e tranquilidade ao pensar/transmitir/focar/planejar. Então, vamo lá.

Nas minhas viagens diárias pelo mundo virtual, encontrei o Doutores da Alegria. Acredito que eu nem precise explicar o que seja, já que eles são bastante conhecidos pelo mundo inteiro. Mas, na própria definição do site: "Os Doutores da Alegria são palhaços que fazem de conta que são médicos para crianças que fazem de conta que acreditam." Porém, não estou aqui para falar deles, e sim dos doentes, não importa se foram atendidos pelos palhaços ou não. No site, existe uma parte de depoimentos de pacientes, divididos por temas. Eu fui direto no 'morte' - que relata a experiência daqueles que quaase foram para o outro lado - e 'religiosidades' - que conta como a religião ajudou no processo da doença e tratamento. Sempre achei esses dois tópicos estranhamente (ou obviamente? depende da mente) ligados. Depois de muito ler e pensar, separei esses dois para citar aqui:

Nome: Beatriz
Memória: Sempre existiu essa fantasia, quem entra em coma, volta, fala o que fez, a passagem toda, não sei o que, vê luz, encontrou não sei o quê. Eu não lembro nada. Eu falei: ”Putz! Se eu tivesse morrido, eu não ia nem ter sabido! Daquela vida!”. Nada, assim, some “Fuuu!”. Desaparece. Ao mesmo tempo eu tenho essa sensação de que houve um momento em que houve uma escolha. Eu disse: “Não. Eu vou ficar”. Então você fala: “Como assim? Onde se processa? Talvez seja em você mesmo”. Muita coisa foi questionada, ao mesmo tempo eu disse: “Eu nunca fui uma pessoa religiosa”. Mas eu falo: “Putz, eu sempre... Eu não acreditei na morte não”. Eu não acreditava na morte eu acho. Porque o fato de ter vivido, e a sensação de solidão. Essa solidão era angustiante. Era uma sensação muita forte de solidão. Eu tinha uma solidão, em algum momento ali, que eu não sei...

Nome: Marlene
Memória: Eu acho que o centro me ajudou muito. Fiz um tratamento espiritual, já tive alta. (...) Passes, só passes. E estou estudando bastante a história de Jesus. (...) Lá a gente fala bastante sobre reforma íntima, que é você quem tem que procurar... Jesus falava que o tesouro dele não estava aqui na Terra. Você tem que colher coisas para seu espírito, para sua alma, porque a matéria, daqui a gente não leva nada. Então o que eu puder colher e fazer o bem, eu vou colher, vou crescer espiritualmente. Isso tem me feito muito bem, esse detalhe da reforma íntima.


Acho instigante. O engraçado, é que até os desacreditados, ao falarem da experiência de colocar um pézinho no céu, citam religiões ou Deus. Só o fato daquele parêntese - 'ah, nunca tive religião' - já diz muito sobre a fé, ou a falta dela. Não sei você, mas quando eu chegar no meu momento decisivo, acho que vou pensar muito no que tem do outro lado. Vou lamentar muitíssimo deixar esse mundo pra trás, e tudo que a vida pode me proporcionar e as pessoas que eu amo; mas, confesso que talvez eu fique excitada e curiosa pra saber o que tem naquela tal luz. E esse lado, está diretamente ligado à fé. Quem não gostaria de acreditar que ao bater as botas, vamos encontrar aquele parente querido que faleceu há alguns anos? Quem não gostaria de acreditar em algum Deus, para no exato momento de acontecer, parar de sentir medo e sentir conforto por saber que a morte não é um bicho-papão?

Essa fé provém não somente de um Deus. Essa fé é a nossa segurança.

A mente é perspicaz. Ela é um emaranhado de enigmas. E eu acredito fielmente que ela é capaz de mover qualquer sentimento - bom ou ruim -, podendo confortar o pior. Pra mim, a fé em Deus [insira aqui o Deus de sua crença] nada mais é do que a fé em si mesmo. O ser humano tem muitas dificuldades no decorrer de sua vida; e às vezes fica complicado ter forças pra pensar positivo, pra solucionar um problema, pra deixar as coisas leves. Pegue uma oração. Uma reza. Um mantra. São palavras ditas com força, com fé que alguém lá em cima vai transformar quem está aqui embaixo soltando a voz. E palavras na mente de uma pessoa tem um poder enorme. Eu creio. E essa força que acabamos pedindo à Deus [insira aqui o Deus de sua crença], acaba sendo a nossa própria força. É a nossa lavanca.

Então, independentemente de religiões, é saudável crer. Crer em algo maior do que nós mesmos. Se Deus existe ou não, eu não sei. Mas, quando chegar a minha hora, eu não quero questionar. Eu quero paz. Eu quero crença de uma continuação.

Solidão não.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

wehaveitall

Eu sempre costumei dizer pra todos - principalmente pra mim mesma - que há coisas muito maiores no mundo pra nós nos preocuparmos com coisas mínimas que podem ser resolvidas em meia hora do nosso dia. Porque, sério. Pára pra pensar se o nosso dia a dia não tá mais pra sessão da tarde do que pra dramalhão mexicano? Eu, por exemplo. Estou financeiramente - erm, mais ou menos - estável. Tenho uma família sólida e sã. Sou saudável. Tenho mil oportunidades na mão. Tenho pessoas queridas ao meu lado. Não tá bom? Pra melhorar, só basta força de vontade e capacidade de sonhar e planejar.

E é nessa questão que quero entrar. Nos aspectos positivos. Custa focar neles um pouquinho só durante uma semana exaustiva? É tanto potencial, é tanta expectativa... Enxergar o lado bom das coisas e aproveitar dele e fazer melhor. E claro, enxergar também o pior, pra poder tirar a bunda da cadeira e fazer algo pra ajudar o mundo a crescer. Mínimas coisas. Como colocar o lixo no lixo. Deixar o idoso ou a grávida sentar no ônibus. Dar licença pra quem tem pressa. Ser gentil e não deixar o mau humor da rotina interferir na vida de outras pessoas, fazendo da irritação um círculo vicioso.

Tenho pensado em tudo isso, e quero muito aplicar no meu dia a dia. Pra deixar as coisas mais leves. E isso, eu me dei conta ao andar de trem outro dia. Trem não está mais na minha rotina, o que de fato é ótimo. Mas, quando estive nele, percebi como é bacana trocar sorrisos com desconhecidos, ser gentil e gerar gentileza. Quero impor isso todos os dias, e não deixar o stress sem motivo atrapalhar um dia que pode ser leve, simplesmente por não haver maiores preocupações do que, sei lá, passar roupa ou pagar uma conta alta de telefone.

Isso tudo - eu creio - deixam os dias pesados. E eles não precisam disso, a nossa vida não precisa disso. Os dias acabam ficando vazios. Ou melhor; preenchidos com raiva e sentimentos ruins que nos fazem dormir mal durante a noite. Então, essas pequenas ações, podem deixar os dias leves, e talvez nos ensinem a encarar as coisas da forma que devem ser encaradas: de forma real. Seu aumentar um chuvisco, sem lamuriações.

É uma tarefa simples de não enxergar além do óbvio.
Mas que o ser humano insiste em complicar, sabe lá porque.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

itsonlylove

Certas idéias, quando aparecem em rascunhos, eu tento e tento colocá-las em palavras em conjuntos, em textos, em espaços em branco. E na maioria das vezes - senão em todas as vezes - a coisa não sai, simplesmente. Mas esse não. Esse começou por um simples scrap no orkut, e quando eu vi já estava no final de um texto digno de meu orgulho. Porque é raro sim, eu ter orgulho de minhas escritas, mas desse eu tenho. Se tem a ver com as palavras escolhidas, eu não sei. Eu creio que tenha a ver mais com quem inspirou do que com o inspirado. Fica a seguir então, meu último filho...




Feliz vida, minha coisinha encaracolada! Pra mim você vai sempre ser a menina de cachos que dança pra carajo. E que se mata pra aprender física e chora quando não consegue entender a matéria. A que dança como se ninguém estivesse olhando - embora quando dance, todos parem pra olhar. A palavra mais sensata que tem no meu vocabulário é Samara! É Samara Henialy Mandu Teixeira, e isso ninguém me tira, dos 12 até a morte! Porque a gente se soca, mas quem cuida dos meus ferimentos depois é você, e eu dos seus; então, tá valendo todo esse monte de atrito que passamos às vezes. Vida sem emoção nem tem graça... graça caminha com sensata! As duas de mãos dadas num conjunto dado como Samara! Porque não tem pessoa com mais graça do que você.

Não tem risada mais forte e mais dolorida - mas a dor boa! - do que a risada causada por ti. Sensata, graça e determinação. Porque quando queres algo, vais até o inferno, mas consegues o almejado. E consegues de forma limpa e honesta! Honesta. Nesse emaranhado todo de palavras que definem, honesta talvez seja a mais forte! Porque não há palavra mentirosa que saia de ti, só palavra limpa! Limpa e cristalina! E isso, num mundo sujo como o que temos hoje, é de dar orgulho de ver! Orgulho. Orgulho é uma palavra que não mora em ti, mas mora em mim quando falo de ti. A gramática é igual, mas a definição difere. Porque é orgulho que sinto quando falo em ti! É orgulho de te ter, tão forte e única do jeito que és, em minha vida! É orgulho de poder ouvir tuas palavras nos momentos duros, as palavras mais reais que alguém pode e deveria ouvir. É orgulho de poder dizer as minhas palavras também, e saber com absoluta certeza de que elas não são mal interpretadas. Porque - até no tapa! - a gente se entende.

E a cada ano que passa eu sinto mais orgulho de te preservar comigo, diante de tanta sujeira. De tanta porta fechada. De tanto desapontamento. Sensata, graça, determinação, honesta... são poucas palavras que definem quem tu és, diante da grandiosidade que tem por trás. Não só por trás, porque tu demonstras pro mundo ver e isso é digno de quem merece ser visto! E tu mereces ser vista! Teu futuro é brilhante porque tu estás fazendo o agora ser brilhante. E esse brilho, eu vou fazer questão de ajudar a manter aceso, em quaisquer circunstâncias.

Feliz vida todos os dias, felizes vidas, cada uma, cada fase, que seja antes de mais nada - FELIZ! Não guardes este sorriso, exponha pra todos verem e os terá de volta duplicados!

De quem te ama, te cuida, te admira...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

don'tstoptillyougetenough


Se me perguntarem, eu diria que a minha paixão por música começou com eles. Os Corrs.

Claro, eu cresci ouvindo todo e qualquer tipo de música. Me lembro de ter uns dois ou três anos e pular e dançar cada vez que meu pai colocava pra tocar no último volume Carro Velho, dos Paralamas do Sucesso (do disco "Os Grãos", de 1991). Me lembro de sempre ficar emocionada cada vez que ele colocava pra tocar My Girl com os Temptations. Não esqueço das intermináveis músicas dos Beatles e suas batidas que não saíam da minha cabeça. Eu tinha meus discos - sim, pode não parecer, mas sou da época do vinil - e eu mesma os colocava na vitrola e ficava cantando e dançando o dia inteiro.


Aqui em casa sempre teve de tudo. Minha educação musical não deixou a desejar em nenhum momento. De Chico Buarque à Titãs, de Beatles à The Mamas and the Papas, de Frank Sinatra à Burt Bacharach, de Roberto Carlos à Maria Bethania, de Beach Boys à Rolling Stones. Tudo que você imaginar musicalmente, passou e ainda passa nessa casa. Mas o meu amor pela música - além de nunca ter passado um dia sem ouvir ao menos uma canção desde que nasci (vide ao lado foto minha bebê com fones de ouvido) - começou a bater forte quando conheci os Corrs. Já deve fazer uns dez anos, quando o acústico Mtv deles estava passando e eu vi aquela banda charmosa. Harmonias lindas, com violino e uma flautinha que na época nem sabia o que era ainda. Uma voz foda. Tudo em perfeita combinação. E de cd em cd, fui me apaixonando e não larguei mais. Até hoje, eu ouço todo o trabalho deles, sem enjoar. Meu primeiro dvd - presente de papito - foi o Live at Royal Albert Hall. Na época, ele não era vendido no Brasil ainda, ele comprou na Ferrs de Santos, litoral de Sp, pagou um absurdo.


Depois de alguns anos, me joguei na música brasileira. Fui conhecendo a mpb atual e me apaixonando cada vez mais por novas vozes, mergulhando em shows escondidos por Sampa. Descobri a Lapa do Rio de Janeiro e seus inúmeros shows e batuques. Descobri o samba no pé e prazer do som de uma cuíca. Tanto é que embaixo da minha cama, reside uma pequena cuíca que ganhei em algum Natal perdido por aí... haha! No meu quarto vc encontra um violão encostado na parede, uma tin whistle na prateleira, a cuíca escondida e um teclado no armário. Minha maior frustração é ter parado de estudar música quando criança. Mas enfim...

Hoje o que me dá mais prazer é descobrir antigos sons. Tenho caçado muita coisa. Essas últimas semanas, por exemplo, tenho ouvido os discos da década de 60 do Roberto Carlos. Mas também muito Ray Charles, Nina Simone, Otis Redding, Solomon Burke... tanta coisa boa pra escutar que às vezes me revolta não ter tempo pra fazer e descobrir tudo o que tenho vontade.

Meu maior prazer é isso. Ouvir, caçar, descobrir novos sons, novas melodias, novos instrumentos, novas vozes... novas vidas.

domingo, 19 de julho de 2009

nocolorsmellorsense

"Às vezes a lembrança não é fiel à felicidade quando o fim foi doloroso. Será porque a felicidade só vale quando permanece para sempre? Será porque só pode terminar dolorosamente o que foi doloroso de modo inconsciente e invisível? Mas o que é uma dor inconsciente e invisível?"


(Bernhard Schlink - O Leitor.)


Eu não sei. Não creio que a felicidade só vale quando permanece pra sempre, definitivamente. Não quando elas começam correta e justamente, ao menos. Agora esse lance de terminar dolorosamente o que foi doloroso de modo inconsciente e invisível, eu creio. Esse lance todo de que tudo termina mal porque começou mal é tão certo que dá até um certo arrepio falar sobre o assunto. Se for parar pra pensar, TUDO é assim. E aí vem a dor no final do que na real SEMPRE foi dolorido. Era como se eu soubesse que aquela tal felicidade tivesse data de validade. Simplesmente porque era uma felicidade injusta. Era uma felicidade incorreta. Mas a cegueira de sei lá, uma paixão? um vício? uma obsessão? um episódio somente?, simplesmente bloqueia todo e qualquer resquício de razão que a gente acha que tem em algum lugar dentro da gente. O bom disso tudo é a lição no final do dia, do mês, do ano, da vida. Mas até quando? O que é uma dor insconsciente e invisível? Como é possível deixar de perceber uma dor?

sábado, 27 de junho de 2009

Ain't it hard?

Olha, se você me perguntar, eu sempre vou responder a mais pura verdade. Eu sinceramente acho um desperdício de vida segurar vontades e verdades. Seja por moral, orgulho, joguinhos infantis, responsabilidade social, whatever. Se todos fossem sinceros o tempo todo, os dias seriam TÃO mais recheados! Imagine. Em vez de ficar batendo a cabeça na parede imaginando como seria se você tivesse feito tal coisa, você estivesse DE FATO fazendo a tal coisa?! Muito mais interessante.

Perder tempo pra quê? Muita gente reclama de transparência absoluta. Eu reclamo da ausência dela. Jogos me cansam... é bola pra cá, é bola pra lá, aahh! Vai fazer algo mais útil ao invés de encher o saco com indiretas sem fundamento.

Better knowing than wondering. And I couldn't agree more. O tempo é totalmente subestimado pelo ser humano nesse século XXI, e eu acho um absurdo. As pessoas acham que vão ter um amanhã pra sempre, e não, não vão. O tempo não passa, ele voa. E quando a gente olha pra trás, ele está lá completo de dias vazios; rindo da nossa desgraça presente e amargas frustrações de não ter falado a palavra certa na hora certa, de não ter agido na hora da ação, de não ter feito o que deveria fazer.

Então, sei lá. Pensar e racionalizar certas coisas é extremamente importante, não nego isso de jeito nenhum. A vida não é só festa. Mas em certos aspectos, eu simplesmente acho melhor levantar a bunda da cadeira, parar de pensar um pouco e simplesmente agir de acordo com a vontade. Vontade de voltar pra cama no fim da noite com um sorriso no rosto por ter tido um dia completo de conclusões, e não de rascunhos.

Life is way too short to be underestimated.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Come shine

É clave de sol, sim senhor. É música, sim senhor. E como é música! É Ray Charles, é Solomon Burke, é Bruna Caram, é Ingrid Michaelson, é Lady GaGa - até o mais destoante à minha pessoa aparece! isso é o poder da música, rapazes -, é Nina Simone, é (relembrar os velhos tempos com) Spice Girls, é Corrs, é a trilha maravilhosa do Vicky Cristina Barcelona, é Chico Buarque, é um milhão de tantas outras coisas mais que embalam minha vida, a vida, as vidas, os dias, graças à Deus!

E assim inicio outra grande parte - sem tirar os pedaços do grande todo, claro. E assim as fatias se completam, os ciclos se fecham, as portas se abrem e o interminável molho de chaves para elas se atualizam diariamente, sempre com um novo cheiro. Um novo tato. Um novo toque. Uma nova nota!


Sempre e constantemente uma nova nota.
As horas, os dias, as pessoas, os preciosos minutos... à vida!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Tudo e nada; o amor

Eu sempre acreditei piamente que o amor sozinho não basta. O sentimento, por si só, não segura uma vida. Não segura um relacionamento de amor. Não segura um relacionamento de amizade. Não segura, não agüenta a corda no precipício, pura e simplesmente. Sempre fui extremamente fiel a essa teoria. Passei por experiências que comprovaram, outras que não. Mas nunca desgarrei dessa filosofia. Porque às vezes... às vezes a vida é maior do que um sentimento.

Às vezes as circunstâncias são aquelas inalcançáveis, lá no topo da montanha escorregadia e tudo vaza da nossa mão sem que nós possamos fazer algo pra secar. Às vezes é culpa nossa, é sim. Porque não somos inteligentes o suficiente pra saber lidar com toda e qualquer situação humana, passional e racional que existe. Simplesmente porque é natural, nós só passamos a saber de algo depois de vivenciarmos. Não são erros, são passos. Como um bebê, que antes de andar com as pernas, engatinha com os braços e os joelhos. A vida é um eterno ciclo de pequenos aprendizados. Nós sempre estamos engatinhando nas nossas escolhas, nos nossos episódios.

Episódios... cada episódio na nossa vida tem um sentido, uma razão. E hoje, eu contrario um episódio passado da minha vida. Se antes acreditava que o amor sozinho não é suficiente, hoje eu digo que sim, ele sozinho move montanhas. O amor é o sentimento mais puro existente. Mais bondoso. Aquele verdadeiro, não importa a origem dele. Uma vez eu discuti esse tópico com uma amiga. Nós tínhamos o amor, ele estava ali enorme, batendo todos os dias. Mas não tínhamos o contexto. Não tínhamos uma razão... e decidimos deixar. Deixar que ele nos movesse. Diante da espera, a impaciência reinou, claro. Como podíamos nos amar tanto e não termos razão para tal? Paciência, prudência e persistência... ele vai mover. E moveu. Nossos laços foram criados. Pedacinho por pedacinho, eles nasceram. E de pouco em pouco, o nosso amor teve a sua razão, o seu contexto; e assim nasceu uma amizade honrável.

Como eu vivi tudo isso e continuei acreditando que o amor sozinho não basta? Não sei. Talvez a descrença. A descrença no amor verdadeiro, aquele que sempre temi. Aquele que sempre reneguei, por não me achar digna de recebê-lo. Eu realmente não sei responder a essa pergunta.

Mas hoje eu digo com muita convicção: o amor solitário basta. Vale por um, por dois, por três... por quanto você quiser que ele valha. Ele move. Ele edifica. Não dá pra procurar justificativas, porque elas não existem. Simplesmente porque o amor é o sentimento mais incógnito que habita dentro de nós. Não sabemos de onde ele nasce e muito menos podemos explicar porque ele morre, na maioria das situações. Ele simplesmente aparece, e da mesma forma que surge, por vezes vai embora sem despedida. O amor não tem razão, ele simplesmente está ali pra fazer de nós melhores seres humanos. Pra fazer de nós pessoas com fé. Fé. Fé que com o amor, tudo pode e tudo origina.

Tudo com nada.
É esse o amor.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Carta a um amor perdido - parte 1

Eu nunca acreditei de fato em amor. Eu nunca sonhei com casamento, com filhos, com móveis e almofadas combinando, com papéis de paredes escolhidos cuidadosamente pra dar o ar de 'nossa' casa, com refeições diárias na mesa de jantar pra contar os altos e baixos do dia que passou. Eu sempre pulei. Pulei de homem em homem, de mulher em mulher, de pseudo-relação em pseudo-relação, de faculdade em faculdade, de emprego em emprego. Eu sempre deixei de ligar no dia seguinte, simplesmente porque sempre apreciei a liberdade e o prazer, ambos andando juntos, todos os dias de minha vida. Eu sempre imaginei o meu futuro desse jeito. Trabalhando muito, viajando muito, festejando muito, transando muito, tudo muito. Tudo em excesso. Mas sem compromisso, sem nós nos laços. Porque amarração prende o ar, entende? Prende o ar, prende oportunidades, prende a moral, prende o conhecimento. Limita o conhecimento! Sempre pensei assim, e não havia santo - nem romance - que me fizesse pensar o contrário.

Desapegada. Minha talvez mais marcante característica. Lembro quando disseram isso pra mim, 'gosto disso. vc é desapegada'. E é, sou. Já fui mais, já fui menos, mas sempre fui um pouco desapegada. Simplesmente porque sei que o apego sufoca, aperta, prende o que deve ser liberto. E existe algo mais valioso na vida do que a liberdade? Creio que não. E acho que você também crê nisso.

(continua)

domingo, 12 de abril de 2009

"sei que nada será como antes amanhã..."

engraçada essa frase. eu diria cruel, nesse momento. a vida é engraçada. as sensações que ela nos sujeita são inexplicáveis. queria uma explicação racional! pessoas vêm e vão, como tudo que existe, concreto ou não. num momento a gente ama, noutro deixou de amar. mas sempre existem aquelas que inevitalmente ficam no coração. aquelas que ao ouvir uma música, a gente lembra exatamente da voz e do tom, da palavra, do cheiro, do gesto, da sensação! sensação... palavra mais bonita! sensação. quem pode desfrutar de uma sensação, seja lá qual ela seja, tem que se sentir abençoado. abençoado por ter tamanha sensibilidade e se permitir vulnerável! vulnerabilidade é pros fortes. não é fácil ser vulnerável a tantas coisas - sofrimentos e dores principalmente; e ao nos permitirmos sentir, nos sujeitamos à ela. é admirável.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

confiar no destino que ele sabe o que faz. se for pra ser, vai acontecer, independente de fatos atuais. se não for, o esquecimento vai ser natural. eu não sei como equilibrar. racionalmente, é tudo muito fácil. eu consigo listar todos os meus erros e dizer o que devo mudar daqui pra frente, e simplesmente aceitar as condições. mas a minha maior dificuldade é ponderar a razão com o amor que eu sinto. é ponderar as lembranças tão vivas em mim. é entender como em poucos dias, tudo foi por água abaixo. é entender como em poucos dias, um sentimento morreu. é entender como em poucos dias os planos mudaram de rumo completamente, me tirando do MEU rumo. são picos. picos de uma mente sã, de uma mente externa, ponderando absolutamente tudo e tendo consciência da realidade e de colocar em prática a sabedoria da solução. e picos de uma mente totalmente vinicius de moraes, onde as palavras formam versos melancólicos sobre um amor perdido, sobre um amor substituído, sobre a dor de uma perda irreparável. e esse pico é enlouquecedor. esse pico prende todo o ar, causa taquicardia e uma vontade imensa de simplesmente parar de respirar pra não sentir mais tamanha angústia e tristeza. não saber o prazo das coisas é sufocante. não saber até quando esses dois picos vão brigar entre si é no mínimo angustiante. just waiting for it to pass. e enquanto não passa, como fica? eu tenho milhões de perguntas a fazer, e ninguém que me possa responder qualquer uma delas. ao menos ninguém que seja capaz de admitir a verdade; e o principal, aceitá-las e passá-las pra frente, pra quem sabe assim, eu consiga ter alguma paz de que meus atos e morais estão corretos. de que, apesar de tudo, eu não tenho medo de enfrentar e mudar o que precisa ser alterado pra não deixar panos quentes cobrindo a raíz de todos os problemas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

“You can be as mad as a mad dog at the way things went. You could swear, curse the fates, but when it comes to the end, you have to let go”.


The Curious Case of Benjamin Button.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Tempo vem somar

É, ultimamente eu tenho deixados os grandes da literatura e da vida dizerem por mim aqui.

Talvez porque me faltem palavras diante de um momento pacífico, ao mesmo tempo que turbulento. E qual escrita fica bela se não há sofrimento, não é? Não há beleza maior que colocar boniteza numa dor que parece inútil diante que cremos não mais fazer sentido.

Já disse Danilo: "Deixei de escrever sobre uma vontade de que ela me ligasse no meio da noite pra perguntar como vão as coisas. E passei apenas a senti-las, eu como moleque que sempre fui, nunca imaginei que poderia fazer isso, preferia escrever, mostrar ao mundo o que eu estava sentindo,(...)".

Eu sempre preferi escrever, escrever, escrever... e literalmente escrever: papel, caneta, rabiscos em palavras erradas e pedacinhos de folhas pelo quarto por ter rasgado um rascunho mal feito. E por um bom tempo, deixei as palavras serem substituídas por sentimentos e momentos. Esses que eu simplesmente não conseguia depôr em alguns vocábulos e frases bem colocadas.

Acho engraçado - e questionável - isso tudo. As palavras fogem quando nós mais queremos divulgá-las. Quando nós mais queremos que elas sejam divididas pra mostrar por aí que felicidade existe sim, e tá aqui ó, pra comprovar. Já a tristeza sai numa facilidade que só... numa melancolia que só... numa boniteza de texto que só. Poderia extender isso aqui e dizer mil e um motivos disso tudo acontecer. Mas no final... eu acho que acredito que os bons momentos ficam na memória de quem quer tê-los. E os maus... estão escritos pra gente ler e lembrar que ah, não era tão ruim assim.

We're still here...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

"Com bastante frequência no decorrer da minha vida fiz o que não tinha decidido e deixei de fazer o que tinha decidido. Algo, que nunca saberei, age; 'algo' dirige-se à mulher que não quero mais ver, algo' faz diante dos superiores a observação que me desgraça, 'algo' volta a fumar, embora eu tivesse decidido abandonar o cigarro, e desiste de fumar depois que percebo que sou e permanecerei sendo um fumante. Não quero dizer que pensar e decidir não tenham nenhuma influência sobre a ação. Mas a ação não perfaz simplesmente o que foi pensado e decidido de antemão. Ela tem sua própria fonte e é da mesma maneira independente, como meu pensamento é meu pensamento, como minha decisão é minha decisão."


Bernhard Schlink - O Leitor.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"E o Silêncio, amados, é fruto da disciplina, da constância, da aplicação perseverante de vossos esforços. Silenciar é amar. Buscar a palavra essencial, o gesto essencial e a alegria essencial. Silenciai.

Vosso silêncio produzirá em vós condições para que a Sabedoria de Vossa Presença manifeste-se em vós. A Sabedoria nasce do conhecimento colocado em prática, tornado ação.
(...)
E a Sabedoria é compreensiva. E a Compreensão é seivada de paciência. Sede compreensivos com todas as manifestações de vida. Acolhei, ouvi, compreendei.
(...)
Atenção, porém. Compreensão não quer dizer ceder à ilusão das criações humanas. Não, absolutamente. Compreensão quer dizer: acolher, aceitar o estágio daquela emanação de vida e produzir Chamas de Amor para que ela encontre, retorne e aperfeiçoe-se no caminho de Amor Divino. E para isto não necessitais discutir e vos desarmonizar; pois neste caso não estaríeis amando.

Lembrai-vos sempre, amados discípulos: Silenciai, buscai a Sabedoria e vivei a Compreensão."

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

LYING in my bed

Será egoísmo? Será cegueira? Será ingenuidade? Será egocentrismo? O que é que faz as pessoas enxergarem somente os próprios problemas a ponto de não medirem suas palavras e atos?

Enquanto umas deixam seus próprios dilemas de lado pra cuidar de alguém; outras simplesmente ignoram que algum ser humano além dele próprio tem sentimentos e também se machuca. Eu não entendo o propósito disso tudo, porque isso simplesmente não é digno, não é sadio.

Jogos são tão imaturos. A mentira é tão imatura! Ou seria cômoda a palavra certa? Seria tão mais fácil dizer a real, sem cobranças nem questionamentos; simplesmente pro conhecimento; seja nosso, seja alheio. As pessoas não pensam nas consequências dos atos e palavras. Elas não se colocam no lugar do ouvinte. Elas simplesmente soltam, como se vocábulos fossem obsoletos. Não, não são.

"Não faça com os outros o que não gostariam que fizessem com você." É clichê, é sim. Mas é real, e o homem banaliza os clichês sabe lá por que; deve ser porque virou moda, e tudo que vira moda hoje em dia fica antiquado.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Na visão aberta

Incontrolável a minha vontade de pegar na tua mão, de te dar o braço, de andar abraçada, de tocar no teu rosto. Pior ainda é não poder te olhar nos olhos, porque eu corro risco de não segurar minha vontade incomensurável de encostar meu lábio no teu.

É como se minha pele clamasse pela tua sem ao menos chegar relativamente perto. É como se a consciência da tua presença - mesmo a metros de distância - ativasse minha mente e meu corpo, fazendo-os suplicar por um suspiro, um olhar, um toque, um beijo.

A cada segundo em que o castanho avista o esverdeado, tudo ao redor paralisa e vira obsoleto perto do que há por trás de tanta imensidão e desejo. Desejo contido, impróprio; mas tão forte e honesto que mal se importa com os olhos curiosos em volta.

A percepção do óbvio acaba sendo subestimada pela razão tão injusta e desumana com vibrações tão puras.

É tudo tão humano, demasiadamente humano...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Revirar o passado pode ser extremamente útil.

As situações se repetem, os episódios vêm em novas páginas; e é lendo antigos escritos que eu percebo que pode demorar (na época foram três anos! uma eternidade prum troço filho da puta desse que acaba com a saúde mental de um ser humano), mas acaba.

Simplesmente acaba.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Benjamin Button: For what it's worth: it's never too late or, in my case, too early to be whoever you want to be. There's no time limit, stop whenever you want. You can change or stay the same, there are no rules to this thing. We can make the best or the worst of it. I hope you make the best of it. And I hope you see things that startle you. I hope you feel things you never felt before. I hope you meet people with a different point of view. I hope you live a life you're proud of. If you find that you're not, I hope you have the strength to start all over again.


tradução:
*Benjamin Button: Para o que vale: nunca é tarde demais ou, no meu caso, muito cedo para ser quem você quiser. Não há limite no tempo, pare quando você quiser. Você pode mudar ou continuar o mesmo, não há regras para isso. Nós podemos fazer o melhor ou o pior. Espero que você faça o melhor. E eu espero que você veja coisas que te sobressalte. Eu espero que você sinta coisas que nunca sentiu antes. Eu espero que você conheça pessoas com diferentes pontos de vista. Eu espero que você viva uma vida que você tenha orgulho. Se você descobrir que não, eu espero que você tenha a força para começar tudo de novo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Paciência

Já disse Rilke, ela é tudo.

Todo mundo que me conhece pelo menos um pouco, sabe que se tem uma coisa que eu definitivamente não sou é uma pessoa paciente. Com absolutamente nada; das coisas mais simples às mais complicadas. Eu me apresso pra fazer uma coisa que nem sequer tem prazo. Deve ter algo a ver com o medo da perda de tempo, o que no final acaba sendo paradoxo, porque acabo perdendo tempo fazendo as coisas erradas achando que são as certas. Enfim.

Enfim nada, aí é que tá o ponto. "Acabo fazendo as coisas erradas achando que são as certas". Cê me entendeu? A pressa sempre me fodeu. Sempre meto os pés pelas mãos. Seriously, tô tentando pensar em como extender o assunto e chegar numa conclusão, mas eu simplesmente não consigo, porque essa paciência que estão me exigindo tá chegando no limite e eu honestamente não consigo focar numa solução pra isso, porque é muito pra minha cabeça e pro meu coraçãozinho desmiolado. Não tenho habilidade mental pra esse requisito atual, beijos.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Aponta e rema

Quando dói a alma.

Engraçado como são as piores coisas que nós interpretamos como reais, e como as verdadeiras nós nunca acreditamos. Ok, nesse caso, realmente não dá pra saber o que acontece, mas seria tão mais simples nós tomarmos a água do copo ao invés de fazer uma tempestade dela, não?

Palavras tão minúsculas. Insignificantes. Supérfluas. Tamanho inversamente proporcional ao sentimento causado em quem lê. Dói. É faca no peito; estilete na veia; é escorregar num tobogã cheio de giletes e cair numa piscina cheia de álcool. E durante esse processo, a máquina. A incrível máquina da mente humana, capaz de fazer milagres em situações que nem sequer existem. Capaz de construir castelos dentro de submarinos; capaz de transformar uma formiga em heroína de guerras mundiais.

Sim, são exageros exuberantes - até na redundância. Porque é disso que a mente é capaz. Tudo arde, tudo machuca, tudo corta, tudo belisca, tudo DÓI! Excessivamente. Por alguns minutos, o mundo ao redor passar a ser um vazio; não há olhos que enxerguem a realidade, não há santo que acalme o espírito e essa agonia que tira o ar do pulmão.

Depois, a impotência. Já disse que considero esse o pior sentimento existente. Não há muleta pra se apoiar; não há palavra que conforte; não há carinho que sustente. Depois de alguns - muitos e quase impossíveis de respirar - minutos, a calmaria. Que podemos fazer? Na-da. Esperar o otimismo voltar. Aguardar a fé que insiste em fugir de nós nos momentos em que mais precisa retornar.

A fé. É remando em direção à ela... que tudo se torna menos dolorido.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ninguém mais

Porque é você. Assim mesmo, com os olhos marejados; com esse jeito moleque de ser ao mesmo tempo que homem, homem suficiente pra dar gosto com uma voz grave e um gesto forte que ao invés de agredir, só conforta um pouco mais do que o comum.

Porque é você. Desse jeito manso ao atender o telefone; desse abraço-almofada-de-cetim; dessa leveza num sorriso pela metade que demonstra alívio por um momento finalmente feito; das palavras recíprocas por um olhar pacífico.

Porque é você. Com sua blusa azul e branca tão macia quanto imaginamos ser o céu e as nuvens. Com seu terno marrom tão charmoso quanto sua barba por fazer no meio da semana. Com sua samba-canção que instiga tanto quando a velha camisa preta listrada.

Porque é você. Ao soltar uma risada bêbada tão gostosa que me faz rir de alegria por poder estar ali naquele momento. Ao justificar perguntas tolas com o amor dentro do peito. Ao me tocar com tanta leveza a ponto de criar dezenas de sensações diferentes a cada segundo.

Porque é você. Que transmite paz, que passa loucura, que é sinônimo de felicidade.


Porque é você.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Days of wine and roses

Não são as feridas que doem.
São as lembranças.

E é, é fato. Tantos anos, tantos meses, tantos dias, tantas horas, tantos minutos... bons, felizes, plenos! A plenitude nós só damos valor quando a perdemos. Isso quando nem sabíamos de sua existência... até sentir a falta do que pensávamos não ser palpável.

Nos minutos de um silêncio confortável as histórias se repetem como num filme; a sensação da respiração na nuca é quase e perfeitamente real se fechar os olhos calmamente. As palavras sussurradas no ouvido são claramente ditas se houver o mínimo de concentração sensitiva. O leve toque na pele macia é evidentemente arrepiante se a imaginação for milimetricamente sentida.

Sentir é uma arte. Sentir quando não há nada para apreciação é uma obra dela. São as lembranças reaparecendo, sem pedir permissão. E não há protestos. Porque apesar da dor, é por meio delas que é possível quase que reviver um momento que julgamos tão bom a ponto de ser inesquecível. E enquanto o julgarmos assim, seremos eternamente gratos por termos essa possibilidade de ser artista; de sentir.

Até a própria dor... quem nunca gostou de se auto-mutilar uma vez na vida? O sofrimento é uma arte. A alegria é uma arte. A paz é uma arte. Toda e qualquer forma de sensação é arte da vida... a incapacidade de sentir é morte. E não sentimentos negativos; esses, por incrível que pareça, têm significado.

A inaptidão pra arte é viver como morto.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Fuck!


Só hoje tive tempo - depois de trabalhar o dia inteiro nos últimos dias - de ver pelo youtube a Kate Winslet ganhando os prêmios de melhor atriz coadjuvante e melhor atriz no Globo de Ouro desse ano. Seriously, essa mulher é divina. Ainda não vi os filmes, mas eu sempre acreditei no trabalho dela. Me deixa puta ver que algumas pessoas ainda a conhecem como a "ex-gordinha do Titanic". Ai, meu cu. Meu cu bem grande. Ela é espetacular. Coisa mais linda ela agradecendo, coisa mais linda a relação dela com o Leonardo DiCaprio, coisa mais linda a espontaneidade e a sinceridade dela, aaaaaaaaaaah! Puta que pariu! Ela é linda demais! Agora vem o Oscar, lalala... tenho muito o que fazer no cinema esse mês. Tem bastante coisa boa esse ano... até O Casamento de Rachel com a horrorosa da Anne Hathaway me apeteceu. Quero muito ver a maioria dos concorrentes, coisa difícil de acontecer já faz alguns anos... ai, ai. Que orgulho da minha favorite british person!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

e-go-a

Desapego-ego-ego.
Ego. Égo. Ego.

Já repararam como essas duas palavras estão estranhamente conectadas em seus significados?? Talvez em seus contrários. Talvez em suas semelhanças. Ao meu ver, tem tudo a ver.

Tão difícil é desapegar por que? Porque é questão de ego, oras! De maciez... e por que cargas d'água esse filho duma égua é tão valorizado? Sabe lá, meu camarada. Suprir vazios que naturalmente já são tão vácuos e ninguém enxerga. Não enxerga porque não quer enxergar, porque nega-ega-ega. Ego. Opostos. Mas tão semelhantes... pense.

A cura é a dor. A dor é a cura.
E não é?

domingo, 11 de janeiro de 2009

Oblivion

Esquecimento. Até que ponto temos que superestimá-lo?

Não adianta, não é como apertar um botão de on/off. Isso não existe, e atire a primeira pedra quem realmente já conseguiu fazer essa teoria funcionar. Não dá pra negar um fato. Não dá pra ignorar uma realidade. Se a vida fosse como um arquivo de computador, onde a gente pode apertar o 'delete' any time we want... it would be too easy. Não haveria sofrimento. Não haveria tristeza. Nem guerras existiriam!

Tem que ter um equilíbrio. E é justamente por isso que essa tese é uma utopia. Se um ser humano de fato conseguisse apagar qualquer episódio desnecessário de sua vida, qual seria o sentido de viver um dia após o outro e ter o que contar no final de tudo? Seria tudo tão vazio... páginas em branco de um livro sem final.

Não é assim, as coisas não somem de um dia pro outro só pela força de um pensamento. Sim, existem coisas maiores e mais poderosas do que a nossa própria energia e luta interna... e que como eu disse alguns posts atrás, não adianta tirar o escudo da capa e se proteger como se um concreto fosse suficiente para se livrar de batalhas internas. É como se empurrasse pra debaixo do tapete... a gente não enxerga, mas está sempre lá. E um dia, qualquer dia, volta pra nos mostrar que somos fracos diante de tantos mistérios maiores do que podemos imaginar.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Não nos contaram...

Hoje vou deixar alguém falar por mim...
(quando descobrir o autor, posto aqui)


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.

Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo prá gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"Não há satisfação em enforcar um homem que não faz objeção a isso." (George Bernard Shaw)

E sim, é fato. Que graça há?
Mas ao mesmo tempo, de que adianta ele lutar contra algo que é certo, que é inevitável, que ninguém pode alterar? Mais um paradoxo.

É uma briga eterna até que o fatal aconteça realmente. Afinal, não é de qualquer coisa que estamos falando, é da vida de alguém. Como alguém se submete ao fim sem lutar? Como alguém pode ter tanta certeza que a vida não vale? Como alguém pode ter tanta certeza de que um fato é definitivamente inalterável? Como alguém pode ter tanta certeza que é o fim sem debater suas próprias razões e princípios?

Que a rotina e a sobrevivência já é uma batalha, eu entendo. Mas e quando ela é posta em questão? Você cede, de graça? Sem ao menos lutar pelo seu certo? Outro fato é que a vida realmente dá voltas. Hoje nós julgamos o que podemos ser julgados amanhã. Como também é impossível - e nem um pouco digno - cuspir no prato onde já comemos.

Eu não sei se coloquei algum sentido nesses parágrafos... o lance todo aqui é aquele tal do conformismo. Até que ponto temos que nos conformar? Até que ponto temos que nos estabelecer definitivamente contra algo que nem sabemos realmente se é fato? Certas coisas, incontrolavelmente, estão fora do nosso alcance. E por mais que você tire seu escudo e sua espada de dentro da capa, o tempo acaba mostrando que não é bem assim.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Roda mundo, roda gigante

Eu acho incrível a capacidade do ser humano de se viciar em círculos. Elas cometem um erro, se acomodam nele; e depois, como se nada tivessem feito, reclamam da própria ação.

O negócio é o seguinte: nada nessa vida pode se acomodar. Na-da. A partir do momento em que as coisas ficam confortáveis, elas se estragam. E isso tanto vale para coisas positivas como negativas. Você se acostuma e passa a exigir sempre pela mesma coisa, se aconchegando como um cachorro em sua almofada. E é óbvio que não vai querer sair dali nunca. Não há santo que suporte.

A vida é sempre é um teste, eu acho fantástico. A gente experimenta, saboreia cada pedacinho de cada experiência, e erra. Mas erra porque faz parte, porque é natural; não é só no erro que a gente aprende? Mas a gente esquece que essa primeira vez - e eu digo em qualquer aspecto vivido - é justamente pra tomar como lição. Pra fazer diferente da próxima vez. Justamente pelo maldito comodismo. E assim fica completo o círculo vicioso.

Qual a vantagem de passar por uma experiência, errar e não usar como lucro em eventos futuros? A tendência maior é só lamuriar. Lamber feridas. É mais gostoso ser acariciado do que tomar um gole de verdade, se conscientizando que o erro está dentro, e não fora. É mais cômoda a mentira (ou seria enganação? ou eu estou sendo redundante? ou seria a redundância também cômoda?), não é mesmo? Triste é saber que a grande maioria - e eu estou longe de me excluir dela - não tem ciência de nada disso.

E o mundo continua girando no mesmo movimento.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Funny how it is...

E um dia desses, um grande amigo - esse que descobri recentemente (apesar de conhecê-lo há alguns anos), em meio as loucuras da vida - me disse num momento de certo desconforto, onde minha mente se encontrava a quilometros de distância de onde eu realmente estava que, mesmo com todas as angústias e tristezas, eu só tenho 20 anos. De início, questionei. Não entendi. "A beleza de só ter 20 anos. De ter uma vida pela frente." E aí, ele me pegou.

Eu só tenho 20 anos! Tenho um leque infinito de oportunidades. Tenho tempo pra fazer diversas descobertas, dos mais variados tipos. Tenho muito o que ler e absorver. Eu só tenho 20 anos! Eu mal saí das fraldas! A vida tá aí, bonita que só, me esperando abrir os braços pro abraço que não tem fim.

E é verdade, e é fato; essa vontade de morrer pelo que de fato não mata é completamente mesquinha e limitada. Eu, que sempre me enojei com limites.

E é verdade, a vida é uma caixinha de surpresas. Tem sempre alguma coisa ali, reservada, com um laço em fita colorida, pra gente ter o prazer de desenrolar cada pedacinho dele e ver o que há dentro do pacote.

A beleza de ter somente 20 anos é realmente infinita.
Beijo, filhote querido.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

What can I say?

Já faz alguns anos que eu sempre faço listas de fim de ano. Primeiro, a lista de positivos e negativos do ano que passou. O que errei, o que acertei, o que aprendi, o que fodi, enfim. Depois, a lista de afazeres pro próximo que chega. Um monte de itens (a maioria supérfluos) que eu me prometo fazer durante os doze meses que tenho pela frente. E esse ano, eu simplesmente deixei tudo isso pra trás... Tudo o que fiz, tudo o que aprendi, toda a experiência adquirida em 2008... está tudo registrado em rascunhos (esses que só eu tenho acesso), em memórias, em caixas, em cartas, em fotos, em objetos, em lugares e paisagens. O que eu tenho que fazer, ah, isso é bobagem. Eu sempre escrevo listas enormes, com montes de objetivos, e nunca consigo concretizar absolutamente nada. Em compensação, muitas outras coisas são alcançadas. Coisas que nem imaginava ou cogitava fazer. E acho que essa é a graça da coisa toda... não saber o que vem, e ser levada pela correnteza. E nessa maré toda, apreciar cada mergulhada. E principalmente: saber que tudo, absolutamente e inevitalmente, tudo tem um fim. E que nem todo fim tem que ser doloroso. E talvez, enterrar certas coisas com a paz da consciência de que foram valiosas e bem aproveitadas, e não com o remorso do não-feito, ou até do mal-feito. Eu acredito piamente (e isso eu aprendi assistindo Charmed na minha infância... rs...) que tudo acontece por uma única razão. E essa razão, a gente acaba descobrindo com o tempo, com novas experiências, com realizações, com decepções, enfim, com a vida. Essa vida, louca vida. E essa é a única coisa que eu quero pra esse ano que chegou agora. A razão e a paz da conscientização.