sexta-feira, 21 de maio de 2010

mysanctuary

Não costumo fazer esse tipo de texto pro blog, mas vou abrir uma exceção. Primeiro porque não tenho onde me expressar totalmente sobre o assunto. Segundo porque tenho muito o que falar, e enfim. Vamo lá. Quem não assiste Grey's Anatomy pode se retirar, porque isso é praticamente uma review do final da 6ª temporada.


Pra ser bem sincera, eu odiei a 6ª temporada do início ao fim. Achei a junção do Seattle Grace com o Mercy West uma puta zona, e o Chief estava totalmente perdido em todas as suas ações. Os novos personagens não eram nada atraentes e só deixavam a trama menos interessante, com tanta gente envolvida. Fora a situação da Katherine Heigl, que simplesmente decidiu abandonar a Izzie sem dó nem piedade. A Izzie sempre foi uma das minhas preferidas, uma das personagens mais fortes da série, e doeu ver uma saída tão sem explicação.

Mas, como sempre, tenho um caso eterno de amor e ódio com Grey's. Eu sempre odeio, mas na verdade é porque amo demais. E claro, com essa season finale não seria diferente.

Honestamente, não esperava um grande final. E dessa vez não me aguentei: li todos os spoilers possíveis, assisti todos os trechos disponíveis e fiquei tão ansiosa pra saber o que aconteceria que assisti ao vivo. O que na verdade é uma merda, porque a imagem é péssima e pode sair do ar a qualquer momento (lógico que meu computador desligou sozinho em um dos ápices finais, murphy me ama).

Logo quando saiu os primeiros oito minutos do episódio eu fiquei chocada. Sério. Como em menos de dez minutos o cara mete bala na testa da Reed e atira no Karev? Cheguei a pensar que era pegadinha da Shonda. Quem conhece a mulher, sabe do que ela é capaz. De duas, uma: ou era uma brincadeira de muito mal gosto, ou era porque vinha muito mais tragédia por aí. E bom, a segunda opção é a real.

O episódio inteiro foi de muita tensão. E muito sangrento, achei bem pesado mesmo. A morte de Reed foi cruel. Nunca gostei da personagem, mas achei muita crueldade. Pior do que isso, ver sua melhor amiga tropeçando em seu corpo. Se eu nunca gostei da ruiva, quem dirá da April. Ela me irritava com tantas babaquices e inseguranças. Mas nesse fim de temporada, ela me ganhou. Ela interpretou bem demais seu estado de choque, merece muitas palmas pelo trabalho. Conseguiu se manter firme no nervosismo pra ajudar a salvar o Owen. Foi muito bacana de ver.

Ver o Karev se arrastando pro elevador foi dolorido, ele é um dos meus personagens favoritos e eu já cansei de vê-lo sofrendo. Ele passou por uma infância fodida, sofrendo com pais loucos. Casou com a mulher que ele ama enquanto ela estava morrendo de câncer, pra depois ser curada e abandoná-lo. Chega, né?! Ele precisa de um final feliz, mais do que ninguém ali naquele hospital. Ele amadureceu em proporções gigantescas nesse período de seis anos de série. Ele é um dos caras mais sensatos da trama. Ele merece e eu espero que a Shonda dê um final feliz à ele. Está mais do que claro que essa relação com a Lexie é simplesmente um tapa-buraco. Os últimos dois relacionamentos dele (quem lembra da insana da Ava/Rebecca/JaneDoe?) foram conturbados. E bom, a Lexie é uma garota linda, simples e SÃ. Por que ele iria negar? Ele quer algo saudável, e tem. Mas como eu já disse antes, não adianta ter o que quer se não sente, né?! E ele não sente pela Lexie.

Lexie. Ela também não sente pelo Alex. O amor da vida dela é o Mark e ponto final. Eu saquei que no momento em que ela diz que ama o Karev foi totalmente por desespero. Pela culpa que ela sentia por ter desligado os aparelhos da esposa do atirador. Pela culpa que ela sentia por ter feito Alex tomar um tiro. Eu entendo. Foi o calor do momento. Quem não percebeu isso?! Mas assistir a carinha do Sloan vendo essa cena doeu muito também. Minha vontade era de colocar ele no colo. Ainda tenho fé nesse casal que é um dos meus preferidos, Mark e little Grey. Lexie ama Alex, sim. Como ela ama todos os seus amigos ali dentro. Mas ela é apaixonada por Sloan.

Bailey. Eu já não tenho palavra alguma que defina a minha admiração pela Chandra Wilson. Ela merece um Emmy, um Oscar e todo e qualquer prêmio que a valorize como atriz. E eu digo, como grande conhecedora de todos os episódios de Grey's Anatomy, que a cena dela colocando o Percy no colo pra morrer, o confortando pra ele não ficar sozinho; deixando cristalina a sua impotência diante da vida dele; foi devastadora. Foi a MAIOR cena de toda a história da série, em seis anos. A mais bonita, vulnerável, delicada e intensa. Seria redundante eu alongar esse assunto, porque eu realmente não vejo mais meios de elogiar a cena, a atriz e todo o conjunto. Fantástico define.

Agora eu vou começar sobre o mais importante, ou pelo menos, o que a maioria julga mais importante.

Eu tinha plena certeza de que essa gravidez da Meredith não iria durar. Ela nunca quis nem casar, quanto mais ter filhos. E agora, vou basicamente resumir o que a própria Shonda comentou sobre o assunto: ela demorou muito tempo pra encontrar o Derek. Ela demorou muito tempo pra assumir seu sentimento por ele. Ela demorou muito tempo pra aceitar o seu amor. Ela demorou muito tempo pra descobrir que queria uma vida casada com ele. E com filhos? Não seria diferente. É um processo. Ela foi criada por uma mãe negligente. Ela se julgava incapaz de criar uma criança. Mas, precisou passar por esse aborto pra perceber que sim, ela quer uma vida com Derek. Ela quer filhos, ela quer uma família sólida. A vida não é isso? Nós não temos que perder pra passar a dar o devido valor? Com ela não foi e nunca seria diferente. E eu entendo completamente isso. Sempre entendi.

A grande maioria dos fãs se decepcionou com a perda do bebê, simplesmente porque quer ver o final feliz de Meredith e Derek. Porra, eles não são felizes? É o casal que mais amadureceu na trama. Eles são felizes e plenos. O que as pessoas têm que entender, é que essa série não é sobre amor. Não se trata somente de Meredith/Derek, Cristina/Owen, Callie/Arizona, etc. Grey's Anatomy fala sobre HUMANIDADE. As relações humanas e tudo que isso acarreta na nossa própria vida. O amor? É um dos muitos fatores que envolvem a vida humana. O hospital é mero detalhe, é o cenário. A medicina é o que proporciona as inúmeras e variadas circunstâncias. A profissão é intensa, requer muita força e maturidade. Eles lidam com a vida e com a morte todo dia. E não só com os pacientes, mas com os seus familiares. Eles lidam com a dor diariamente. E pra não bastar, não é somente a dor física; onde eles procedem com uma apendicectomia e está tudo resolvido. Não. É a dor humana. A dor de viver todos os dias numa corda bamba. A dor de lidar com a incerteza do respirar.

Se você reparar, dentre tantas coisas que escrevi, nem mencionei o triângulo Cristina/Owen/Teddy. Ou falei sobre Callie e Arizona. Simplesmente porque eu não acho que isso é o foco principal. Não é o amor entre casais que me atrai nessa série.

Mas, diante de tantas relações, eu preciso falar sobre o relacionamento mais bonito de Grey's: Meredith e Cristina. Elas são cúmplices. Foi muito desesperador assistir Yang com a arma no pescoço operando Derek; podendo levar um tiro a qualquer instante. Mas ela não desistiu por amor à sua melhor amiga. Aliás, palmas novamente pra Sandra Oh. Outra que merece destaque, tão genial em cena que é.

Sobre o Chief (o Webber. nunca consigo chamar ele pelo nome, pra mim ele é o eterno Chief), ele finalmente voltou às origens. Passou por cima de sua maior fraqueza, o álcool. Ver ele de volta como superior e botando ordem no lugar foi bonito de ver. Ele finalmente fez algo certo. E eu espero honestamente que na 7ª temporada, ele volte pro seu cargo. O lugar dele é lá.

Ah, um detalhe que esqueci completamente: o Avery ganhou todo o meu amor nessas duas horas de tensão. Primeiro porque ele acredita e sempre acreditou na capacidade da Cristina como cirurgiã cardiotorácica (aliás, eu apóio muito um romance entre os dois). Segundo que a sacada dele enquanto o Gary estava ameaçando atirar em todos de desligar os aparelhos, fazendo-o acreditar que Derek estava morto, foi GENIAL. Sua interpretação estava fantástica do início ao fim. Desde o seu olhar pro Shepherd quando descobriu que havia um assassino no hospital, até os berros pra Meredith calar a boca. Incrível.

Pois bem, que venha setembro agora.

Eu entendo cada vírgula do que a Shonda Rhimes faz nessa série. Eu entendo seus motivos. Maybe I'm dark and twisted, I don't know. Mas eu tenho solidariedade, sim. Cada coisa que ela faz, tem um sentido e um significado. Tem fraqueza e tem força. Tem o que há de mais bonito no ser humano: a vulnerabilidade. E por isso, eu sempre vou apoiar suas escritas e suas decisões perante todas as vidas dentro do Seattle Grace Hospital.


(Pra quem quiser entender melhor, acesse o blog dos escritores de Grey's: Grey's Writers. Lá, a cada episódio, eles comentam. O último, foi pela própria Shonda. Vale a pena, pra entender um pouquinho melhor de como é a rotina deles e o que os leva a fazer o que fazem.)

Foto: por Bruna, do site Apaixonados por Séries. My soul sister who freaks out with me everyday discussing Shonda's genius mind! rs

terça-feira, 18 de maio de 2010

A carta do meio



E digo com a maior convicção do mundo que você se expressa sim, extraordinariamente bem, verbalmente. Mas isso não anula suas palavras postas no papel. Desenvolvimento. É questão de desenvolvimento, eu creio. E todos esses medos, receios e angústias... todos eles podem ser administrados com um simples vocábulo posto no papel ou na tela em branco de um e-mail frio.

Vomite tudo! Só vomitando a gente entende o mal que tem dentro. Enxergando cada detalhe que corroeu nosso estômago durante um enjôo filho da puta. E te digo... com a minha minúscula experiência... que foi com a palavra que passei a entender tanta coisa perdida. A palavra foi meu mapa principal pro caminho dessa tal plenitude, que nem completa ainda é. E graças a Deus que não é inteira, porque assim, a busca permanece contínua; e a gente não acomoda. Acomodação é outra cretina, que só nos trava e nos impede de seguir em frente esquecendo que atrás tem sempre um apressado passando por cima. E fé. A fé me trouxe um pedacinho dessa plenitude aí. Fé em mim, bicho. Fé em Deus. Fé numa continuação.

É... eu recomendo palavra e fé. Não tem segredo.
Parece simples, mas a real é que é complexo pra caralho, entende?
Precisa ter força pra ter fé. Mas força é um troço que tenho absoluta certeza que mora em você.

Por essa manhã, já deu.
See u next time.