sexta-feira, 8 de maio de 2009

Tudo e nada; o amor

Eu sempre acreditei piamente que o amor sozinho não basta. O sentimento, por si só, não segura uma vida. Não segura um relacionamento de amor. Não segura um relacionamento de amizade. Não segura, não agüenta a corda no precipício, pura e simplesmente. Sempre fui extremamente fiel a essa teoria. Passei por experiências que comprovaram, outras que não. Mas nunca desgarrei dessa filosofia. Porque às vezes... às vezes a vida é maior do que um sentimento.

Às vezes as circunstâncias são aquelas inalcançáveis, lá no topo da montanha escorregadia e tudo vaza da nossa mão sem que nós possamos fazer algo pra secar. Às vezes é culpa nossa, é sim. Porque não somos inteligentes o suficiente pra saber lidar com toda e qualquer situação humana, passional e racional que existe. Simplesmente porque é natural, nós só passamos a saber de algo depois de vivenciarmos. Não são erros, são passos. Como um bebê, que antes de andar com as pernas, engatinha com os braços e os joelhos. A vida é um eterno ciclo de pequenos aprendizados. Nós sempre estamos engatinhando nas nossas escolhas, nos nossos episódios.

Episódios... cada episódio na nossa vida tem um sentido, uma razão. E hoje, eu contrario um episódio passado da minha vida. Se antes acreditava que o amor sozinho não é suficiente, hoje eu digo que sim, ele sozinho move montanhas. O amor é o sentimento mais puro existente. Mais bondoso. Aquele verdadeiro, não importa a origem dele. Uma vez eu discuti esse tópico com uma amiga. Nós tínhamos o amor, ele estava ali enorme, batendo todos os dias. Mas não tínhamos o contexto. Não tínhamos uma razão... e decidimos deixar. Deixar que ele nos movesse. Diante da espera, a impaciência reinou, claro. Como podíamos nos amar tanto e não termos razão para tal? Paciência, prudência e persistência... ele vai mover. E moveu. Nossos laços foram criados. Pedacinho por pedacinho, eles nasceram. E de pouco em pouco, o nosso amor teve a sua razão, o seu contexto; e assim nasceu uma amizade honrável.

Como eu vivi tudo isso e continuei acreditando que o amor sozinho não basta? Não sei. Talvez a descrença. A descrença no amor verdadeiro, aquele que sempre temi. Aquele que sempre reneguei, por não me achar digna de recebê-lo. Eu realmente não sei responder a essa pergunta.

Mas hoje eu digo com muita convicção: o amor solitário basta. Vale por um, por dois, por três... por quanto você quiser que ele valha. Ele move. Ele edifica. Não dá pra procurar justificativas, porque elas não existem. Simplesmente porque o amor é o sentimento mais incógnito que habita dentro de nós. Não sabemos de onde ele nasce e muito menos podemos explicar porque ele morre, na maioria das situações. Ele simplesmente aparece, e da mesma forma que surge, por vezes vai embora sem despedida. O amor não tem razão, ele simplesmente está ali pra fazer de nós melhores seres humanos. Pra fazer de nós pessoas com fé. Fé. Fé que com o amor, tudo pode e tudo origina.

Tudo com nada.
É esse o amor.