domingo, 19 de julho de 2009

nocolorsmellorsense

"Às vezes a lembrança não é fiel à felicidade quando o fim foi doloroso. Será porque a felicidade só vale quando permanece para sempre? Será porque só pode terminar dolorosamente o que foi doloroso de modo inconsciente e invisível? Mas o que é uma dor inconsciente e invisível?"


(Bernhard Schlink - O Leitor.)


Eu não sei. Não creio que a felicidade só vale quando permanece pra sempre, definitivamente. Não quando elas começam correta e justamente, ao menos. Agora esse lance de terminar dolorosamente o que foi doloroso de modo inconsciente e invisível, eu creio. Esse lance todo de que tudo termina mal porque começou mal é tão certo que dá até um certo arrepio falar sobre o assunto. Se for parar pra pensar, TUDO é assim. E aí vem a dor no final do que na real SEMPRE foi dolorido. Era como se eu soubesse que aquela tal felicidade tivesse data de validade. Simplesmente porque era uma felicidade injusta. Era uma felicidade incorreta. Mas a cegueira de sei lá, uma paixão? um vício? uma obsessão? um episódio somente?, simplesmente bloqueia todo e qualquer resquício de razão que a gente acha que tem em algum lugar dentro da gente. O bom disso tudo é a lição no final do dia, do mês, do ano, da vida. Mas até quando? O que é uma dor insconsciente e invisível? Como é possível deixar de perceber uma dor?

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