segunda-feira, 27 de abril de 2009

Carta a um amor perdido - parte 1

Eu nunca acreditei de fato em amor. Eu nunca sonhei com casamento, com filhos, com móveis e almofadas combinando, com papéis de paredes escolhidos cuidadosamente pra dar o ar de 'nossa' casa, com refeições diárias na mesa de jantar pra contar os altos e baixos do dia que passou. Eu sempre pulei. Pulei de homem em homem, de mulher em mulher, de pseudo-relação em pseudo-relação, de faculdade em faculdade, de emprego em emprego. Eu sempre deixei de ligar no dia seguinte, simplesmente porque sempre apreciei a liberdade e o prazer, ambos andando juntos, todos os dias de minha vida. Eu sempre imaginei o meu futuro desse jeito. Trabalhando muito, viajando muito, festejando muito, transando muito, tudo muito. Tudo em excesso. Mas sem compromisso, sem nós nos laços. Porque amarração prende o ar, entende? Prende o ar, prende oportunidades, prende a moral, prende o conhecimento. Limita o conhecimento! Sempre pensei assim, e não havia santo - nem romance - que me fizesse pensar o contrário.

Desapegada. Minha talvez mais marcante característica. Lembro quando disseram isso pra mim, 'gosto disso. vc é desapegada'. E é, sou. Já fui mais, já fui menos, mas sempre fui um pouco desapegada. Simplesmente porque sei que o apego sufoca, aperta, prende o que deve ser liberto. E existe algo mais valioso na vida do que a liberdade? Creio que não. E acho que você também crê nisso.

(continua)

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